A Procuradoria-Geral da República (PGR) utilizou mensagens
apreendidas pela Polícia Federal no celular de um dos executivos da empreiteira
OAS, José Aldelmário Pinheiro, condenado na Operação Lava Jato, para embasar
pedido de abertura de inquérito contra o senador José Agripino Maia (DEM-RN). As
informações constam do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF),
cujo sigilo foi derrubado pelo ministro Luís Roberto Barroso. A PGR usou
mensagens trocadas entre o parlamentar e o empreiteiro, além do depoimento do
doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato, para levantar
suspeitas contra Agripino Maia. Youssef disse aos investigadores que
administrou o caixa dois da OAS, e enviou R$ 3 milhões em espécie para Natal,
por meio de seu ex-funcionário Rafael Ângulo Lopez, que admitiu ter
transportado valores para a capital potiguar. No despacho no qual decidiu pela
abertura da investigação, o ministro cita mensagens que revelam “possível
solicitação e recebimento de vantagens indevidas” pelo senador em troca de
ajuda na liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) para a Arena das Dunas, estádio construído para a Copa do Mundo
de 2014 pela OAS. Segundo a procuradoria, Agripino conseguiu a liberação dos
recursos do BNDES e, em contrapartida, teria recebido R$ 500 mil em doação
oficial ao Diretório Nacional do DEM, em 2014. A acusação afirma que as
solicitações de valores estão em diversas mensagens trocadas entre 11 de agosto
e 19 de setembro do ano passado.
A OAS não gastou uma pataca furada com a obra, ergueu o estádio
com lucro garantido e, porque nós ainda temos muito dinheiro, não sofremos com
a seca, nem muito menos crise financeira, cedemos a administração do
equipamento por duas décadas para ela fazer o que bem entender. Nem o nome,
numa homenagem a ser feita ao Marinho Chagas, foi possível trocar. Ao término,
a OAS terá ganho com a construção e administração. E o RN? Ah! Este terá
desembolsado 1,4 bilhão, através de uma prestação mensal de R$ 12 milhões
durante todo o período citado. Se atrasar, a OAS tem o divino direito de tomar
vários terrenos e imóveis empenhados na negociação. Besteirinha pra gente.
Alguns contratos da OAS com a união e outros estados foram suspensos para
reavaliação em decorrência das suspeitas em torno de todo o modus operandi. A
cúpula da OAS foi condenada pelo juiz Sérgio Moro pela participação ativa no
cartel das empreiteiras da Petrobras na operação lava jato. É preciso
investigar, dando todo o direito ao contraditório e sem condenação prévia dos
envolvidos, se o contrato foi lesivo para o RN e a maneira como ele foi, de
fato, obtido.
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