A confusão desta terça (8), a enésima na crise
político-econômica de 2015, pode ser resumida numa sentença dupla: Joaquim Levy
encarnou mais uma derrota anunciada do governo Dilma Rousseff, e Michel Temer
deu mais um passo para longe de sua chefe. Depois do imbróglio da tentativa
frustrada de recriar a CPMF e de ter de recuar seu
Orçamento “sincero” e
deficitário, o governo se vê novamente enrolado para desfazer o
mal-estar de uma proposta para tentar achar uma saída para o lado econômico da
crise. Desta vez, o próprio ministro da Fazenda vocalizou uma das discussões em
curso no governo, a do aumento no
Imposto de Renda como fonte robusta de arrecadação para ajudar
a combater a crise. Se foi por ingenuidade, autoconfiança ou sinceridade
inspirada por ares europeus não se sabe, mas o ministro falou o nome do Tinhoso
dentro da igreja na hora da missa. Empresário nenhum quer ouvir falar em
aumento de imposto, ainda que ele seja considerado inevitável dentro do plano
para entregar ao mercado uma meta fiscal factível. Politicamente, a situação é
muito delicada para Dilma, já que o apoio que o governo ainda tem no
empresariado é um dos últimos esteios de sustentação de sua gestão. Foto: Divulgação
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