Enquanto Dilma fala
em aumento de impostos, cortes em programas sociais e congelamento de salários,
os grevistas da UERN pedem praticamente 60% de elevação em suas remunerações. A
Central Única dos Trabalhadores, federação que diz defender a UERN, silenciou
sobre o discurso da presidenta. Ao passo que apoia a greve da UERN.
A impressão é a de que o Rio Grande do Norte vive um paraíso fiscal. Já a
União desagua numa crise sem precedentes. Com o governo federal recebendo quase
70% da fatia tributaria, faz algum sentido? A resposta é de conhecimento
geral. O governo estadual utiliza o fundo previdenciário para manter os
vencimentos do funcionalismo em dia, mesmo já tendo aparado 30% de praticamente
todas as pastas, diárias, etc. O acordo que os grevistas querem não pode
ser cumprido pelo governador, nem por ninguém. Inclusive, o Ministério Público
sequer permite a assinatura de qualquer ato, pois em sua responsabilidade sabe
que não existe dotação orçamentária para tanto no fim do túnel. Não falta
conversa. Nem disposição de qualquer parte. Falta dinheiro. E nessa história
toda só há dois perdedores: a instituição e o aluno. Administrações
anteriores foram inconsequentes em expandir a UERN, para cooptar o apoio
político dos prefeitos. O sindicato dos servidores da UERN, a ADUERN, mesmo
sabendo do problema, fechou os olhos para a empreitada porque participava do
governo de Wilma de Faria, através do PT, e acumulava poder com o incremento de
filiados e aumento da contribuição sindical. Os banqueiros de homens, como os
sindicalistas eram chamados por Gramsci, ficaram felizes. Só que o resultado
veio rápido. A UERN, pelas greves sucessivas, ganha só o descrédito da
população. Os alunos têm seus futuros comprometidos.
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