Menos de 24 horas após o anúncio do pacote de corte de gastos e aumento de
tributos, a presidente Dilma Rousseff se reunirá na manhã desta terça-feira
(15), no Palácio do Planalto, com líderes das bancadas aliadas na Câmara e no
Senado. O objetivo é fazer um apelo para a aprovação das medidas, em grande
parte dependente do aval do Congresso. Após o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ),criticar o pacote, o líder do governo na
Câmara, José Guimarães (PT-CE), saiu nesta segunda (14) em defesa das
propostas. Segundo Guimarães, apesar de o caminho se mostrar “longo e
tenebroso”, a volta do tributo sobre operações financeiras, nos moldes da
extinta CPMF (o chamado “imposto do cheque”), representa uma pedido muito
pequeno que Dilma está fazendo à sociedade. “Zero vírgula vinte por cento é tão
pouco, por que não damos essa contribuição? Temos um longo e tenebroso caminho
pela frente, mas estou absolutamente confiante de que vamos aprovar essas
medidas porque o Congresso tem responsabilidade com o país.” Instituída pelo
governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a CPMF foi extinta em 2007 pelo
Senado. Para que volte a vigorar, é necessário que seja apoiada por pelo menos
60% dos deputados e senadores –por se tratar de emenda à Constituição–, cenário
muito difícil hoje em dia. Já a oposição fez coro com o presidente da Câmara e
disse que a volta da CPMF não passa no Legislativo. “As oposições vão combater
as medidas que levem a mais sacrifício dos brasileiros e não vão aceitar de
forma alguma a volta da CPMF. Além de sacrificar ainda mais a população, as
decisões vêm de um governo de baixa credibilidade, vacilante e que perdeu as
mínimas condições de tirar o Brasil de uma profunda crise política e
econômica”, afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da bancada de
oposição na Câmara.
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