O Ministério Público Federal pediu a condenação do
ex-ministro José Dirceu e de outras 14 pessoas em uma ação penal da Operação
Lava Jato. Em alegações finais do processo, protocoladas nesta quinta-feira
(7), os procuradores afirmam que Dirceu possibilitou que grande parte do
esquema na Petrobras se desenvolvesse ao ser o responsável pela indicação de
Renato Duque à Diretoria de Serviços da Petrobras. Além deles, também são réus
o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, três sócios da empreiteira Engevix
–Gerson Almada, Cristiano Kok e José Antunes–, e o irmão do ex-ministro, Luiz
Eduardo de Oliveira e Silva. Dirceu foi acusado de receber pagamentos com
origem em desvios na Petrobras de diferentes maneiras. Uma delas seria propina
da Engevix intermediada por Milton Pascowitch, que virou delator e afirma que
pagou reformas em imóveis em benefício de Dirceu. Outra, o recebimento de
dinheiro pela empresa JD Consultoria sem que nenhum serviço fosse prestado. O
Ministério Público Federal considera, como agravante para a condenação, o fato
de o ex-ministro já ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal no
escândalo do mensalão. Ele ainda cumpria a pena quando foi detido pela PF em
agosto do ano passado, na ocasião em que foi deflagrada a fase Pixuleco da Lava
Jato. Outro agravante, diz o documento, é a condição de “alta instrução” dos
acusados e a possibilidade de o esquema ter “impactado o sistema político” por
meio da participação de congressistas. “São réus abastados, que ultrapassaram
linhas morais sem qualquer tipo de adulteração de estado psíquico ou pressão,
de caráter corporal, social ou psicológico”, diz a peça. Foto: Divulgação
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