Integrantes da oposição apresentaram nesta terça-feira (17) um relatório paralelo ao que foi apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na Comissão parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. O documento, elaborado pela bancada bolsonarista, pede o indiciamento de diversos nomes do atual governo, entre eles do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por suposta omissão nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
Organizado pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, o relatório da oposição afirma que não houve tentativa de golpe, “mas uma série de omissões por parte do governo petista“. Para a oposição,”o governo petista tinha intenção deliberada de permitir a concretização daqueles atos violentos […] numa tentativa clara e mesquinha de obter ganhos eleitorais e criminalizar movimentos populares legítimos e voluntários“.
Ainda de acordo com o documento, Lula seria o responsável final pelo cargo que ocupa.
Os parlamentares argumentam que as informações sobre riscos de vandalismo chegaram ao Planalto e nenhuma atitude foi tomada. Um dos pontos apresentados para justificar que o governo sabia são mensagens enviadas pelo então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. “Mesmo com os alertas, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não reforçou a segurança“, argumenta. Leia a íntegra do voto em separado apresentado pela bancada da oposição.
Outro motivo apontado é o não emprego da Força Nacional, que tinha cerca de 240 homens na Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro. Além de Lula, os opositores pedem o indiciamento do ministro Flávio Dino e do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias e de Saulo Moura da Cunha. A oposição também defende o indiciamento do coronel Klepter Rosa Gonçalves, comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do tenente-coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, ex-interino do Departamento Operacional da PMDF.
Apesar de não ter chances de ser aprovado, tendo em vista que a CPMI conta com maioria governista, a oposição acredita que o relatório paralelo vai servir para desacreditar os argumentos da relatora da CPMI. Eliziane pediu o indiciamento de Bolsonaro e de diversos ex-ministros integrantes das Forças Armadas.
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