Em depoimento concedido em acordo de delação
premiada, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras,
estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre
2003 e 2013 de propina retirada dos 90 maiores contratos da Petrobras, como o
da refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco. Barusco afirma que o
tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, teve “participação” no recebimento
desse suborno. Vaccari Neto, de acordo com ele, ficou, até março de 2013, com
US$ 4,5 milhões. Ainda segundo ele, houve pagamentos até fevereiro do ano
passado. Segundo Barusco, Vaccari participou pessoalmente de um acerto fechado
entre funcionários da Petrobras e estaleiros nacionais e internacionais
relativos a 21 contratos para construção de navios equipados com sondas, contratações
que envolveram ao todo cerca de US$ 22 bilhões. “Essa combinação envolveu o
tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, o declarante
[Barusco] e os agentes de cada um dos estaleiros, que deveria ser distribuído o
percentual de 1%, posteriormente para 0,9%”, declarou Barusco. Segundo o
delator, desse 1% sobre o valor dos contratos, a divisão se dava da seguinte
forma: “2/3 [dois terços] para João Vaccari; e 1/3 para ‘Casa 1′ e ‘Casa 2′”.
Barusco envolveu outros funcionários da Petrobras no esquema. A “Casa 1″,
segundo o ex-gerente, era o termo usado para “o pagamento de propina no âmbito
da Petrobras, especificamente para o diretor de Serviços Renato Duque e Roberto
Gonçalves, o qual substituiu o declarante na gerência executiva da Área de
Engenharia”. A “Casa 2″ referia-se “ao pagamento de propinas no âmbito da
Setebrasil, especificamente para o declarante, João Carlos de Medeiros Ferraz,
presidente da empresa e, posteriormente, também houve a inclusão de Eduardo
Musa, diretor de participações da empresa”. Foto: Divulgação
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