O Governo do Estado de Pernambuco anunciou nesta
terça-feira que recebeu o estudo que havia encomendado à Fundação Getúlio
Vargas (FVG) a respeito do contrato de concessão da Arena Pernambuco. Conforme
já se imaginava que ocorresse, a FGV sugere que o acordo com a Odebrecht,
válido até 2043, seja rompido. Quando a concessão estava sendo discutida foi feita uma projeção
apontando receita de R$ 73 milhões com jogos de Sport, Santa Cruz e Náutico no
estádio, localizado na cidade de São Lourenço da Mata. Mas só no Náutico, clube
de menor torcida que os rivais, assinou contrato para utilizar o estádio. Santa
Cruz e Sport jogam lá apenas esporadicamente. Por isso, a operação da Arena é
deficitária e quem paga o prejuízo é o Governo do Estado. De acordo com a
concessionária, em 2013 o déficit foi de R$ 29,7 milhões. No ano passado, de R$
24,4 milhões. Para esta temporada, a conta também não deverá fechar. O estádio
recebeu 41 partidas, com público médio de 10 mil pessoas, apenas, o que não
ocupa nem 25% do estádio. Agora, o Governo de Pernambuco estuda o que fazer com
a Arena. A sugestão da FGV é que o contrato com o Odebrecht seja rompido. “Não
obstante já ser possível extrair do estudo que o contrato deva ser revisto ou
desfeito, em razão, entre outros motivos, da não confirmação da expectativa de
receita que balizou sua celebração, o trabalho da FGV será objeto de detida
análise por parte do corpo técnico do Estado”, explicou o Palácio do Campo das
Princesas. “Concluída a análise técnica, o Governo comunicará à sociedade a
decisão a ser tomada em relação a este contrato de concessão”, completou o
Estado, em nota. Em agosto, a Polícia Federal deflagrou a Operação Fair Play,
que apura superfaturamento na construção da Arena Pernambuco. A obra, estimada
em R$ 796 milhões, pode ter sido superfaturada em R$ 42,8 milhões. De acordo
com a PF, houve fraude na licitação da obra. O escritório da Odebrecht em
Recife foi um dos locais nos quais foi cumprida ordem de busca e apreensão. Foto: Divulgação
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