O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, o maior do Rio Grande do Norte, está superlotado e com pacientes internados em macas nos corredores. A cena pôde ser vista nesta segunda (3) e terça-feira (4) na unidade de saúde.
A alta demanda também desencadeia outro problema. Os novos pacientes que dão entrada no hospital ficam nas macas das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que, diante do fato, ficam retidas até que haja a liberação do equipamento.
Segundo o Samu Natal, nesta terça-feira, houve um momento em que 11 das 12 ambulâncias que atuam na capital ficaram “presas” no Walfredo, além das 9 macas extras que o serviço possui.
Na segunda, as 12 ambulâncias chegaram a ficar sem poder sair da unidade por conta das macas no local.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que trabalha em regime de força-tarefa nesta terça para desafogar o volume de atendimentos de urgência e emergência feitos pelo hospital desde o final de semana, “realizando a transferência de pacientes e agilizando realização de cirurgias”.
Segundo a Sesap, “a unidade passa por uma sobrecarga de atendimentos, em especial por casos fora do perfil do hospital, como as fraturas de baixa complexidade, que não estão sendo atendidas em outros serviços”.
Acompanhantes no chão
Uma funcionária do hospital, que preferiu não se identificar, confirmou que no fim de semana, pelo menos 40 pacientes estavam nos corredores.
“A superlotação é comum no Walfredo. Temos três corredores: o do politrauma, o da ortopedia e o da observação 2. Estão superlotados. Os pacientes em macas e acompanhantes dormindo no chão. A realidade do Walfredo sempre foi essa”, lamentou.
Em momentos de visita de autoridades políticas, como, por exemplo, da governadora Fátima Bezerra, ela cita que há uma espécie de “limpeza” para liberar os corredores, mas logo a situação volta.
“Usam algumas técnicas como colocar todos esses pacientes que estão nos corredores para os andares de cima ou transfere para outro hospital, mas voltam rapidamente. Em questão de uma semana, esse fluxo volta”, comentou.
“Os corredores ficam limpos, geralmente acontece isso quando a gente recebe uma visita da governadora [Fátima Bezerra], alguma coisa desse tipo, eles dão uma limpada nos corredores, mas uma semana os pacientes estão todos de volta e a situação continua a mesma”.
A Sesap informou que se reuniu nesta terça com a direção do Hospital Walfredo Gurgel para articular ações de fiscalização no trânsito de modo a sensibilizar os condutores e diminuir os acidentes de motos, que, segundo a pasta, foram responsáveis por mais de 700 entradas no pronto-socorro da unidade em meses recentes.
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