Documentos obtidos pelo jornal “Valor Econômico” e
publicados nesta sexta-feira comprovam que a atual diretoria da Petrobras sabia
das irregularidades em contratos da estatal muito antes da Operação Lava-Jato,
desencadeada pela Polícia Federal em 17 de março deste ano. O alerta foi feito
pela ex-funcionária da empresa Venina Velosa da Fonseca, que enviou e-mails à
atual presidente Graça Foster e a outros superiores, incluindo o ex-diretor de
Abastecimento Paulo Roberto Costa. Para Graça, Venina comunicou até as ameaças
que sofrera após apresentar as denúncias. De acordo com a reportagem, os
desvios envolvem o pagamento de R$ 58 milhões para serviços que não foram
realizados na área de comunicação, em 2008; superfaturamento de US$ 4 bilhões
para mais de US$ 18 bilhões nos custos da Refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco; e contratações atuais de fornecedores de óleo combustível das
unidades da Petrobras no exterior que subiram em até 15% os custos. Além de
Graça Foster, os desvios de dinheiro detectados pela ex-funcionária foram comunicados
a José Carlos Cosenza, substituto do delator Paulo Roberto Costa na Diretoria
de Abastecimento. Cosenza é atualmente o responsável pela Comissão Interna de
Apuração de desvios na estatal. Para Graça foram enviados e-mails e documentos
informando as irregularidades ocorridas tanto antes de ela assumir a
presidência, em 2012, quanto depois. Em 2014, afirma o jornal, foram remetidas
a Graça denúncias envolvendo os escritórios da estatal no exterior. Nenhuma
providência foi tomada com relação a esse último caso, ocorrido sob a sua
presidência.
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