O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, afirmou à coluna que o governo Lula tem sido “muito lento” e “medroso” para cumprir promessas de campanha no campo social. Na mira da CPI do MST, Stedile disse que o presidente errou ao acusar o movimento de invadir terras.
“Na política interna, o governo está muito lento, lerdo. Me atrevo a dizer, em algumas áreas, até medroso. Até agora nenhuma família foi assentada. Para um governo nosso, seis meses é muito tempo para não ter nenhuma solução objetiva. As famílias da nossa base não querem saber se o MST é amigo do Lula ou não, mas quando vão resolver o problema da terra”, afirmou Stedile, reforçando que o movimento deu todo o apoio ao petista contra Jair Bolsonaro.
Stedile foi convocado pela CPI do MST. Deve prestar depoimento aos deputados em agosto. Para Stedile, a comissão tem integrantes de extrema direita e ganhou força porque o governo Lula “comeu bola” no Congresso.
Além de pedidos do MST não atendidos, Stedile reclamou da forma com que a gestão Lula tem tratado a entidade publicamente. E corrigiu o presidente, defendendo que o movimento não invade, mas ocupa terras.
“Foi um equívoco do presidente Lula voltar a usar a palavra ‘invasão’. Invasão é quando uma pessoa invade uma propriedade alheia para se apropriar daquele bem. O Código Penal classifica como esbulho de um bem. Já a ocupação, quando realizada por movimento popular, é uma forma de luta para chamar a atenção do governo para cumprir o que está na Constituição, que é clara: toda grande propriedade improdutiva deve ser desapropriada pelo governo, com pagamento aos proprietários, e distribuída aos trabalhadores sem-terra.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário