segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Foliões denunciam agressões de seguranças do Carnatal

Pelo menos cinco pessoas foram agredidas durante o Carnatal por seguranças do próprio evento. Todas elas, três homens e uma mulher, vão entrar com ações contra a organização da micareta.
A Destaque Promoções, que realiza o carnaval fora de época em Natal, foi procurada pelo NOVO através de sua assessoria de imprensa. A empresa informou em nota que não tinha conhecimento do ocorrido e que, agora que os sabe, vai apurá-los.
“Um severo constrangimento”, resumiu o servidor público Emanuel Rocha Sousa, de 29 anos de idade. Ele conta que a agressão dos seguranças tão violenta que lhe rendeu hematomas por todo o rosto.
Emanuel, que é técnico do Ministério Público do Estado, lembra que estava em uma área externa ao corredor da folia no sábado no bloco Ôbaiuno, e quando foi tentar retornar ao bloco recebeu o primeiro soco. “Coloquei a mão pra frente tentando me esquivar, e perguntei o que estava havendo”, recorda.
Segundo ele, depois disso o homem que o agrediu chamou mais quatro, que iniciaram a pancadaria. “Severo constrangimento de encarar as pessoas com esses hematomas”.
Ainda de acordo com o servidor público, depois de lhe espancarem, os próprios agressores o levaram até um bar para que ele pusesse gelo sobre os locais em que recebeu os socos.
Ao deixar o espaço do Carnatal, Emanuel Sousa foi até a Delegacia de Plantão da Zona Sul, para prestar queixa das agressões. Os agentes que estavam na DP o orientaram a ir até o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), para a realização do exame de corpo de delito, que comprovou os ferimentos.
Ontem pela manhã ele foi até o Itep e, ao chegar ao Instituto, foi surpreendido ao encontrar mais quatro casos de agressões semelhantes, todos sofridos durante a micareta.
Uma das vítimas é o estudante Rafael Azevedo, de 19 anos de idade. Folião do bloco Vai Safadão, ele conta que, no domingo, foi espancado até ficar desacordado.
O estudante recorda que foi até a área dos bares com um amigo que o acompanhava, e quando tentou retornar para dentro do bloco foi empurrado por um segurança. “Perguntei o que aconteceu e ele começou a me bater, e chamou mais uns três ou quatro. Meu amigo tentou impedir a agressão e também bateram nele”, relata o estudante.
Rafael Azevedo apanhou até desmaiar. O jovem conta que há algumas partes do ocorrido de que não se lembra, contudo o amigo que estava com ele contou como tudo aconteceu.
No Itep também estava o advogado Cássio Hazin, mais uma vítima de espancamento durante o Carnatal. Este foi esmurrado quando tentava tirar uma outra pessoa do meio de um tumulto envolvendo os seguranças.
Emanuel Sousa relata que uma jovem, da qual não se recorda o nome, também precisou ir ao Itep. Contudo por encaminhamento médico, e não da polícia. Durante uma dessas confusões entre seguranças do Carnatal e foliões, a moça teria sido mais uma das vítimas. Ela teve o braço quebrado durante a pancadaria.
“Queremos dar publicidade para que a população tenha consciência do que aconteceu no Carnatal, o despreparo da equipe de segurança contratada pela Destaque”, enfatiza Emanuel Sousa. “Eles são seguranças, deveriam garantir a minha integridade, e não me bater”, complementa.
Fonte: Novo Jornal

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