Escolhido
para ser o relator da CPI da Petrobras, o deputado Luiz Sérgio
(PT-RJ) teve 40% das despesas de sua campanha do ano passado bancada com
recursos de quatro construtoras envolvidas no escândalo de corrupção
investigado na Operação Lava-Jato. Ele recebeu R$ 962,5 mil das construtoras
Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC. Em depoimento de delação premiada, o
executivo Augusto Mendonça Neto, da Toyo Setal, disse que parte da propina do esquema
era depositado na conta do PT, como doação legal. A escolha de Luiz Sérgio para
a relatoria da CPI e a anunciada opção por Hugo Motta (PMDB-PB), de 25 anos e
em seu segundo mandato, para presidi-la consolidaram o controle do governo
sobre as investigações. Repetiu-se a fórmula das outras duas CPIs instaladas em
2014 para apurar irregularidades na petroleira. Na que tramitou no Senado, o
presidente foi Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, José Pimentel (PT-CE). Na
CPI mista, Vital também presidiu, e o deputado Marco Maia (PT-RS) relatou. Nos
dois casos, o resultado foi alvo de críticas. A escolha do nome de Luiz Sérgio
foi negociada com o PMDB porque cabe ao presidente da CPI indicar o relator.
Durante almoço do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), com os líderes do PT,
Sibá Machado (AC), e do governo, José Guimarães (PT-CE), o peemedebista disse
que não haveria resistência a Luiz Sérgio. Antes, o PT cogitou indicar Vicente
Cândido (SP). Porém, ele é visto por peemedebistas e deputados de outros
partidos como pouco afeito ao diálogo. Foto: Divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário