O que era para ser mais uma aula comum em uma residência do Distrito Federal se transformou em um momento inusitado para a pedagoga Joyce Vieira, especialista em alfabetização. Acostumada a dar aulas em domicílio para duas crianças da mesma família há cerca de dois anos, Joyce foi surpreendida ao chegar para o atendimento: a aluna era uma boneca do tipo reborn, conhecida por sua aparência extremamente realista, a qual era da filha do casal, de sete anos.
“Eu ri e entrei na brincadeira. Não ia adiantar criticar ou reprimir”, conta Joyce. Com uma abordagem leve, ela aproveitou os primeiros minutos da aula para transformar a situação em aprendizado. “Fizemos uma atividade de matemática, em que a aluna precisava ajudar a filha-boneca a responder. Com isso, eu uni a brincadeira ao que realmente importava, que é a aprendizagem”, explica.
As bonecas reborn, que imitam com detalhes impressionantes bebês reais, têm ganhado espaço em debates nas redes sociais, muitas vezes acompanhadas de memes, polêmicas e até desinformação. “Na era da fake news, tem gente que já nem sabe mais o que é real ou brincadeira na internet”, observa Joyce. “Que tem gente adotando essas bonecas, é fato. Soube até de um casal que entrou na Justiça disputando a guarda de uma reborn”, comenta.
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