Em entrevista à revista The New Yorker, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afastou a possibilidade de Jair Bolsonaro (PL) reverter sua inelegibilidade para concorrer na próxima eleição presidencial, já que ele tem duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O magistrado, no entanto, admite que o ex-presidente pode apoiar a candidatura presidencial de sua mulher, Michelle, ou de um de seus filhos.
Questionado sobre o risco que democracia no Brasil correu com o suposto plano da tentativa de golpe em 2022, Moraes respondeu que houve sim um risco e que ainda há. Ele apontou a participação de oficiais das Forças Armadas e do Alto Comando da Polícia Militar do Distrito Federal durante os atos de 8 de janeiro de 2023.
“A estratégia era de ocupar os prédios governamentais, não necessariamente de destrui-los. Mas você não consegue controlar uma multidão. O verdadeiro objetivo era entrar nos prédios, se recusar a sair e criar uma crise tão severa para que as Forças Armadas fossem forçadas a intervir”, disse.
“Assim que os militares chegassem, eles pediriam suporte para o golpe. Mas o plano falhou. Mesmo com o apoio de alguns líderes militares ao golpe, as Forças Armadas enquanto instituição perceberam que nenhum outro poder iria acompanhá-las”.
Alexandre de Moraes rebateu acusações de que a acusação contra Jair Bolsonaro e outros 33 aliados pela tentativa de golpe de Estado seja perseguição política. Ele afirmou que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) enfraquece o discurso de que se trata de uma perseguição política, uma vez que, além das investigações da Polícia Federal, ainda tem agora o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
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