Durante
todo o ano de 2016, a Petrobrás deverá perfurar apenas 154 poços terrestres no
Rio Grande do Norte. A informação foi colhida por diretores do SINDIPETRO-RN,
junto a gerentes da Construção de Poços Terrestres – CPT, durante reunião
realizada na última sexta-feira, 19, em Natal. O número representa uma redução
de quase 60%, em relação à quantidade alcançada em 2015, e deverá impactar
fortemente a atividade petrolífera em âmbito local. De acordo com o gerente da
CPT, Francisco Queiroz, a queda dos preços internacionais do barril de petróleo
e o endividamento da Companhia, agravado pela desvalorização do Real frente ao
Dólar, são os principais fatores responsáveis pela retração da atividade.
Diante da situação, afirma o gerente, aspectos como “expectativa de receita” e
“dispêndio em valor presente” passaram a ter importância ainda maior na decisão
de perfurar. No momento, segundo Francisco Queiroz, a Petrobrás mantém em
atividade apenas cinco sondas próprias de perfuração, em todo o Brasil. A
partir de abril, ainda segundo Queiroz, esse número será reduzido para três e,
de setembro em diante, a expectativa é de que nenhuma sonda própria seja
operada pela Petrobrás. Já, com relação às sondas contratadas, o gerente avalia
que “se a realidade atual se mantiver, nenhum contrato deverá ser aditado”. Para
a diretoria do SINDIPETRO-RN, o setor de petróleo e gás atravessa um momento
difícil, mas o ônus da situação não deve recair sobre os trabalhadores. Nesses
momentos de crise, segundo os sindicalistas presentes à reunião, sempre
aparecem oportunistas, dentro e fora da empresa, defendendo o corte de custos e
o enxugamento ou desativação de projetos, com a adoção de medidas que atingem
em cheio os trabalhadores. Essas medidas, assim como as propostas de venda de
ativos, têm em vista satisfazer os interesses do mercado, sempre interessado no
enfraquecimento da Companhia e no acesso às imensas jazidas descobertas nos
últimos anos. Segundo empresas de consultoria do setor, em todo o mundo, mais
de 300 mil empregos já foram eliminados por conta da queda do preço do
petróleo. Foto: Divulgação
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