sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Eduardo diz que pode levar Alcolumbre e Motta à Casa Branca para negociar tarifaço, mas pede anistia como condição


Em entrevista ao canal Auriverde Brasil nesta sexta-feira (1º), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que pode articular uma aproximação entre os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o governo dos Estados Unidos. A ideia, segundo ele, seria viabilizar uma negociação direta sobre a tarifa de 50% imposta recentemente pelos norte-americanos a produtos brasileiros.

“Eu tenho condição de colocar Davi Alcolumbre e Hugo Motta dentro da Casa Branca. A gente bota eles dentro do West Wing para sentar com os mesmos atores que nós estamos falando e que ninguém sabe quem são, boa parte deles”, afirmou o deputado.

Eduardo sugeriu que, com essa articulação, os dois parlamentares poderiam retornar ao Brasil como os responsáveis por resolver a crise, fortalecendo seu capital político. “Para que Davi Alcolumbre e Hugo Motta sejam os salvadores da pátria, fortaleçam seu capital político e retornem para o Brasil com essa condição”, completou.

Na mesma fala, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro condicionou o avanço dessa possibilidade a um gesto político do Congresso Nacional. Segundo ele, a abertura de uma mesa de negociação com os Estados Unidos dependeria da sinalização dos parlamentares com a votação da chamada “anistia” — proposta defendida por setores bolsonaristas para extinguir punições judiciais a aliados do ex-presidente.

“Se eles pautarem a anistia, vai-se abrir um caminho para uma mesa de negociação”, disse Eduardo. Em tom crítico ao Judiciário, o deputado ainda afirmou que é preferível se associar a representantes do “mundo livre” do que a uma Suprema Corte que, segundo ele, está sendo “cada vez mais reconhecida como perseguidora internacional”.

As declarações ocorrem no mesmo dia em que o governo brasileiro confirmou a intenção de apresentar um plano de contingência para tentar minimizar os efeitos da nova tarifa sobre exportações, imposta pelos EUA. A fala de Eduardo Bolsonaro reforça a estratégia da oposição de se colocar como alternativa nas relações exteriores do Brasil, mesmo sem ocupar cargos no Executivo.

Magnitsky: CEO do Bradesco diz que lei não se discute, se cumpre


O CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, indicou que o banco deve cumprir a legislação norte-americana após a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na lista de sanções da Lei Magnitsky. A punição ao membro da Suprema Corte brasileira foi anunciada pelo governo americano na última quarta-feira (30).

– Não discutimos a lei, nós cumprimos a lei – disse o executivo do banco, em coletiva realizada após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025.

A declaração de Noronha decorre do fato de que bancos brasileiros que possuem operações nos Estados Unidos também podem ser impactados pela Lei Magnitsky. Como medida preventiva, essas instituições podem, eventualmente, encerrar vínculos com o ministro para evitar riscos de sofrer sanções secundárias.

O Bradesco ainda não tem uma posição definitiva sobre o alcance da lei no setor bancário. De acordo com Noronha, a equipe jurídica do banco aguarda dois pareceres de escritórios dos Estados Unidos para concluir a análise. Embora um parecer interno já tenha sido produzido, a avaliação final dependerá dessas consultas adicionais. O banco possui presença nos EUA com uma agência, uma filial e duas intermediárias.

Após tarifaço, pesca do RN estuda dar afastamento coletivo para empregados para não demitir em massa


O setor da pesca estuda alternativas para não promover demissões em massa no Rio Grande do Norte após o tarifaço confirmado pelo governo dos Estados Unidos. O segmento emprega atualmente cerca de 1.500 pessoas, que agora estão com o trabalho ameaçado após o presidente Donald Trump anunciar 50% de taxação para a entrada de produtos brasileiros no mercado americano.

“A exportação para os Estados Unidos é responsável por 80% da exportação de pescados do Rio Grande do Norte. No caso da pesca industrial (oceânica, de atum), é 100% Estados Unidos. Além disso, os EUA representam entre 70% e 80% do faturamento das empresas. O tarifaço vai inviabilizar a saída dos barcos”, afirma Arimar França Filho, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN (Sindipesca).

Apesar disso, ele afirma que as demissões não serão imediatas. “A gente não quer demitir. A gente está conversando com a Delegacia Regional do Trabalho, discutindo uma forma de fazer afastamento, treinamento para o pessoal por um período. A gente acredita que, nos próximos meses, isso será revertido. Ou ao menos um pouco aliviado”, detalhou o presidente do Sindipesca, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Sem a possibilidade de entrar no mercado americano, o representante do setor afirma que, no próximo ciclo de pesca, em meados de agosto (durante a lua cheia), embarcações já não vão para o mar. Ele diz que, além das exportações, o próprio abastecimento interno poderá ser prejudicado.

“Nessa próxima rodada, a maioria das embarcações já estão em terra. E vai inviabilizar (o setor como um todo), porque os outros 30% do faturamento eram agregados à exportação. Se não tem mercado principal, não tem como as embarcações saírem”, declarou Arimar.

Entre janeiro e junho de 2025, o Estado exportou mais de US$ 11,5 milhões em peixes frescos ou refrigerados para os Estados Unidos, de acordo com dados do Observatório da Indústria Mais RN. O setor pesqueiro está entre os cinco principais segmentos exportadores do Estado, ao lado de óleos de petróleo (US$ 24, 3 milhões) e produtos de origem animal (US$ 10,3 milhões), que ocupam a primeira e terceira colocação, respectivamente.

Maioria do STF se negou a assinar carta a favor de Moraes


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tentou pressionar todos os seus colegas da Corte a assinar uma carta coletiva em sua defesa, na última quarta-feira (30), após saber que havia sido incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos, mas não obteve sucesso na empreitada. 

Mais da metade dos onze ministros avaliou como impróprio que o STF produzisse um documento conjunto para criticar uma decisão interna do governo americano. A recusa teria sido uma decepção para Moraes, que esperava respaldo integral dos colegas contra as restrições aplicadas pelos Estados Unidos contra ele.

Foi diante do impasse, então, que optou-se por divulgar apenas uma nota institucional em tom neutro, assinada pelo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, que sequer mencionou os Estados Unidos.

Como alternativa, o Palácio do Planalto organizou um jantar, nesta quinta-feira (31), no Palácio da Alvorada. O encontro foi pensado para reunir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e todos os ministros do STF, repetindo o gesto de união realizado após os atos de 8 de janeiro de 2023. Lula, por sinal, pretendia registrar uma foto com todos os magistrados, naquela que seria uma demonstração de unidade.

A tentativa, no entanto, naufragou, a exemplo da carta. Além de Moraes, apenas cinco outros ministros compareceram: Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Faltaram André Mendonça, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Nunes Marques.

Fachin, por sinal, teria comparecido a contragosto e só foi ao Planalto porque será o próximo presidente do STF em dois meses. Além disso, por razões institucionais, ele teria considerado inadequado se ausentar, já que Alexandre de Moraes será seu vice. A percepção entre os membros da Corte é de que Moraes estaria levando o STF para um “caminho sem volta”.

Jantar com Lula reúne apenas seis dos 11 ministros do Supremo


Na noite desta quinta-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu um jantar no Palácio da Alvorada com o objetivo de demonstrar apoio ao ministro Alexandre de Moraes, após ele ter sido incluído pelo governo de Donald Trump na lista de sanções da Lei Magnitsky. No entanto, a expectativa do petista de reunir todos os 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal no encontro fracassou.

Ao jantar no Alvorada, apenas seis magistrados compareceram: Moraes, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Flávio Dino e o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Os ministros Dias Toffoli, Nunes Marques, Luiz Fux, Cármen Lúcia e André Mendonça não estiveram presentes, o que parece evidenciar uma divisão interna do STF sobre como lidar com as medidas impostas pelos Estados Unidos.

Além dos ministros, participaram do encontro o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o procurador-geral da República, Paulo Gonet; e o advogado-geral da União, Jorge Messias, que avalia a possibilidade de questionar judicialmente a aplicação da sanção em território americano.

O jantar começou por volta das 19h, embora Lula tenha chegado com cerca de vinte minutos de atraso. As conversas se estenderam até próximo das 22h, mas o encontro, que deveria simbolizar unidade, acabou reforçando a divisão entre os magistrados em relação à postura adotada diante das punições a Moraes.

Visita fracassada de senadores aos EUA custou R$475 mil


Além do fiasco, produziu para os pagadores de impostos despesa de R$475 mil o passeio de oito senadores aos Estados Unidos, com a anunciada intenção de reverter ou adiar o tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros. O custo decorre das diárias e passagens dos senadores, ignorados pelas autoridades americanas. Além disso, os brasileiros chegaram a Washington quando o Congresso americano já se encontrava de recesso. Nelsinho Trad (PSD-MS), proponente do tour, foi quem mais gastou, R$77.708,29. Só com passagens na mordomia da classe executiva, R$52.456,84.

A turma gastou sem dó com diárias e passagens. Todos desfrutaram das delícias, por nossa conta, do bem-bom da executiva.

A fatura ficará ainda mais salgada: o petista Jaques Wagner (BA), que papou R$25 mil em diárias, ainda não lançou o custo das passagens.

Dois viajaram na econômica: Marcos Pontes (PL-SP), que gastou R$ 28,597,41 e Rogério Carvalho (PT-SE), impressionantes R$73,3 mil.

Marginal da BR-101 terá interdição para obra da Caern em Candelária


O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que será necessário interditar a pista marginal direita da BR-101/RN (sentido Natal – Parnamirim), nas proximidades da Lampadinha, a partir da próxima segunda-feira (4). A interdição acontece em razão de serviços de implantação de rede de esgotamento sob a pista, que serão executados pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte.

Para execução destes serviços, será interditada uma faixa de tráfego e, em determinados momentos, será necessário o bloqueio total da pista. A previsão é que os serviços se estendam por 60 dias. Durante esse período, será mantido, no máximo período de tempo possível, a circulação do trânsito local em direção ao comércio da região.

Os demais veículos, incluindo o transporte público, deverão utilizar a agulha de entrada para a pista principal, localizada logo após o entroncamento com a Avenida da Integração.

De acordo com a Caern, a obra faz parte do Sistema de Esgotamento Sanitário de San Vale. “Esclarece-se que os serviços a serem executados apresentam elevado grau de complexidade técnica, em razão das profundidades das escavações e da existência de interferências com redes de água e de drenagem”, explicou a companhia.