O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) anunciou no início da
tarde desta quarta-feira (6) à bancada de deputados do seu partido, o PTB, que
irá apresentar parecer favorável ao pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Relator
da comissão especial que analisa o pedido de afastamento da presidente da
República, Arantes deverá corroborar a acusação de que Dilma cometeu crime de
responsabilidade com as chamadas “pedaladas fiscais” – uso de dinheiro de
bancos federais para cobrir despesas do Tesouro– e a autorização de créditos
suplementares sem autorização do Congresso Nacional. Nenhum outro tema deve
entrar no relatório, como as suspeitas em torno da aquisição da refinaria de
Pasadena. Apesar disso, o relatório de Arantes – um dos principais aliados do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)– representará um duro revés para
a tentativa de Dilma permanecer no cargo. E tende a ser aprovado pela comissão
especial nesta segunda-feira (11). Sessenta e cinco deputados votam na
comissão. Oposicionistas e governistas avaliam que o grupo pró-impeachment tem
hoje cerca de 35 votos no colegiado. A votação definitiva no plenário da Câmara
deverá acontecer no domingo (17). São necessários os votos de pelo menos 342
dos 513 deputados para que o Senado seja autorizado a abrir o processo de
impeachment. Com o aval e auxílio de Cunha nos bastidores, todo o trabalho da
comissão foi realizado em tempo exíguo, 20 dias entre a instalação da comissão
e a leitura do relatório. Deputados de oposição chegaram à sessão da comissão
especial portando cartazes “impeachment já”, fitas verde e amarelo e bonecos do
“pixuleko”. Eles prometem ir ainda nesta quarta à porta do Palácio do Planalto
levar um “aviso prévio” a Dilma. Após a leitura do relatório de Jovair, será
concedida vista conjunta aos integrantes da comissão. A discussão do texto terá
início na sexta-feira (8). Foto: divulgação
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