Após meses de investigações, depoimentos e coleta de provas, está nas mãos do juiz Pablo de Oliveira Santos, da 14ª Zona Eleitoral de Touros, a decisão que pode mudar o rumo político de São Miguel do Gostoso. O prefeito Leonardo Teixeira da Cunha, o Léo de Doquinha (PSD), seu vice João Eudes Rodrigues da Silva e também o ex-prefeito José Renato Teixeira de Souza, o Renato de Doquinha, são alvos de ações judiciais por abuso de poder político, econômico e captação ilícita de votos. Em três dessas ações, o Ministério Público Eleitoral (MPE) já pediu formalmente a cassação dos mandatos e a inelegibilidade por oito anos do atual prefeito e vice, além da condenação do ex-prefeito.
A acusação mais robusta envolve a contratação em massa de servidores temporários em pleno ano eleitoral, contrariando decisão judicial que proibia novas contratações sem justificativa legal. O município saltou para 791 servidores temporários até setembro de 2024 — um aumento de mais de 90% em relação ao início do ano — e chegou a gastar mais de R$ 3,2 milhões por mês com pessoal. O MPE aponta que essa prática desequilibrou o pleito, comprometendo a igualdade de condições entre os candidatos.
Outra ação investiga o uso eleitoral das festividades de São Miguel Arcanjo, padroeiro do município, com a contratação de grandes bandas como Grafith, Mara Pavanelly e Socorro Lima às vésperas da eleição. A organização e o financiamento da festa partiram da gestão de Renato de Doquinha, o que o coloca também como réu na ação. O MPE considera que houve desvio de finalidade no uso de recursos públicos, caracterizando abuso de poder político e econômico, com o claro objetivo de beneficiar o grupo político que tentava se manter no poder.
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