A repressão às mulheres pelo Irã, com silenciamento violento das manifestantes e uma onda de penas de morte aplicadas pelas autoridades de Teerã não parece ser um problema humanitário aos olhos do governo de Lula (PT). É o que sinalizou a decisão do Brasil, de se abster e não votar favorável à proposta dos Estados Unidos e da União Europeia para a Organização das Nações Unidas (ONU) condenar o Irã pela violência imposta a mulheres.
A omissão do Brasil foi repetida na ONU pelos demais países do Brics, que não votaram por condenar o Irã, seu novo sócio no bloco, pelas atrocidades que mantém o tratamento desumano às iranianas. Mas o texto foi aprovado, obtendo o apoio de 77 países, entre eles outros governos progressistas como Chile, México, Espanha e Colômbia.
Depois de relativizar a democracia ao tratar da ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, o Brasil envergonha maioria dos brasileiros de diversas ideologias que rejeitam o desrespeito aos Direitos Humanos, tanto da faminta população venezuelana como das mulheres iranianas.
Além disso, a abstenção do Brasil na ONU contraria o discurso da esquerda e do próprio Lula que tenta passar imagem de combatividade a atos de violência e repressão de direitos das mulheres no país um uma das legislações que mais evoluem para proteger a vida das brasileiras.
Em março deste ano, a ONU já havia apontado que o Irã cometeu crimes contra a humanidade, na violenta repressão aos protestos majoritariamente pacíficos de 2022, após a jovem curda Mahsa Amini morreu aos 22 anos, em setembro daquele ano, sob custódia, três dias após ser presa por usar o véu de maneira que o Irã julgou ser “inapropriada”.
Por causa destas manifestações por Direitos Humanos, o Irã prendeu 60 mil pessoas, entre mulheres, homens, meninos e meninas que cobravam justiça pela morte de Mahsa.
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