quarta-feira, 22 de junho de 2022

Decisão do TSE obrigará Fátima a escolher se quer Carlos Eduardo ou Rafael Motta no palanque

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir partidos políticos de formarem coligações distintas para as disputas do Governo do Estado e do Senado obrigará a governadora Fátima Bezerra (PT) a escolher se vai preferir ter formalmente o PDT ou o PSB no seu palanque para as eleições de 2022.
Pelo cenário político atual, a petista só poderá ter um partido aliado formalmente (com compartilhamento de tempo de TV e rádio). A menos que um dos pré-candidatos desista ou os dois concordem em sair isoladamente para o Senado.
Por 4 votos a 3, o TSE decidiu nesta terça-feira (21) que os partidos não podem ter coligações diferentes para Governo e Senado. Ficou definido que legendas coligadas para o Governo até podem lançar candidaturas avulsas para o Senado, desde que sejam isoladas, sem formar nova coligação. O que ficaram proibidas, portanto, foram as chamadas coligações cruzadas. Isso vale para todas as legendas.
No caso concreto do Rio Grande do Norte, isso significa dizer que, se PDT e PSB estiverem juntos na coligação em torno da reeleição de Fátima Bezerra, nenhum dos dois partidos poderá formar coligações diferente para o Senado – mesmo que seja com algum dos partidos da coligação principal.
Com isso, se estiverem juntos na coligação para governador (pró-Fátima), PDT e PSB só poderão lançar candidatos para o Senado de maneira isolada e individual. Ou seja, sem o apoio das legendas da coligação principal.
Isso forçará uma escolha política do grupo governista.
Atualmente, Fátima Bezerra, pré-candidata à reeleição, tem no seu entorno uma aliança de pelo menos nove partidos: PT-PV-PCdoB (federação), MDB, PDT, PSB, Republicanos, PSD e Pros.
No dia 29 de maio, o PT, que lidera o grupo, definiu que essa aliança terá Fátima Bezerra para reeleição, Walter Alves (MDB) como pré-candidato a vice-governador e Carlos Eduardo Alves (PDT) como pré-candidato a senador, com PT e PCdoB nas suplências.
Aliado para o governo, o PSB, contudo, divergiu da chapa e lançou a pré-candidatura de Rafael Motta para o Senado, mantendo o apoio a Fátima Bezerra para governadora.
Com a decisão do TSE, se as duas candidaturas ao Senado forem mantidas (Carlos Eduardo e Rafael Motta), o PT terá de decidir qual partido vai permanecer na aliança principal. Apenas um poderá permanecer. A menos que os dois saiam de forma isolada.
Ou seja, Fátima pode ter dois candidatos a senador, mas, neste caso, nenhum dos candidatos pode contar com o apoio do PT e das demais legendas.
Em outras palavras, o PSB, que ficou de fora da aliança oficial, pode apoiar Fátima e lançar Rafael Motta isoladamente para o Senado. O problema para o grupo governista é que isso obrigaria o PDT a fazer o mesmo.


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