Cientistas dos Estados Unidos pesquisaram a eficácia do reforço da imunização contra a Covid-19 de forma homóloga (mesma vacina) e heteróloga (vacina diferente) dos três fármacos aplicados por lá: Janssen, Pfizer e Moderna. O estudo mostra que a aplicação do reforço de farmacêuticas diferentes apresenta melhor resposta imune, na comparação com a dose extra do mesmo produto. A pesquisa foi publicada em pré-impressão no site medRixv, na quarta-feira (13), e ainda precisa da validação de outros cientistas.
O ensaio foi feito com 458 voluntários, em dez lugares dos EUA, e em duas fases de pesquisa clínica. Todos os participantes receberam uma das três vacinas e não tinham sido infectados pelo Sars-CoV-2, pelo menos 12 semanas após a imunização completa. Desses, 154 pessoas receberam reforço da Moderna; 150, da Janssen; e 154, da Pfizer.
Os resultados primários, apresentados de 15 a 29 dias após a aplicação, indicaram que, com qualquer combinação de vacinas, o reforço aumentou a produção de anticorpos neutralizantes de 4,2 a 76 vezes e a produção de anticorpos de ligação de 4,6 a 56 vezes. Com imunizantes iguais a produção de anticorpos de ligação cresceu de 4,2 a 20 vezes. Já com doses diferentes o aumento foi de 6,2 a 76 vezes mais eficaz.
Os anticorpos neutralizantes destroem o vírus. Os anticorpos de ligação se unem ao vírus, mas não o matam nem evitam a infecção. Em vez disso, alertam o sistema imunológico sobre a presença da célula estranha e leucócitos são enviados para destruí-la.
O surgimento da variante Delta e a queda da imunidade após seis meses do esquema vacinal completo levantaram a questão sobre as doses de reforço para conter a pandemia. Na maioria dos países, elas estão autorizadas para idosos e imunodeprimidos.
No Brasil, o Ministério da Saúde orienta que a aplicação extra seja, de preferência, com a Pfizer, independentemente do produto usado antes. A indicação do FDA (agência reguladora nos EUA), no entanto, é que o reforço seja do mesmo laboratório.
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