O empresário Carlos Wizard não compareceu à sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (17), no Senado, para a qual havia sido convocado. Já o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União), Alexandre Silva Marques, também chamado para a sessão desta quinta, foi dispensado e terá o depoimento remarcado.
O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-MA), decidiu encerrar a sessão para que os senadores possam participar da votação da Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobras.
Wizard foi convocado por suspeita de integrar um gabinete paralelo para aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro e decisões relativas à covid-19. O grupo teria, entre outras coisas, promovido a adoção de remédios sem eficácia contra a doença como forma de tratamento precoce.
Já Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, servidor do TCU, é suspeito de produzir um relatório falso apontando uma “supernotificação” de mortes por covid-19 no país e incluí-lo no sistema do Tribunal de Contas. O documento foi citado por Bolsonaro em encontro com apoiadores. Marques foi afastado por 60 dias para que o caso seja apurado.
Os dois conseguiram no STF (Supremo Tribunal Federal) na noite desta quarta-feira (16) habeas corpus que dá o direito de ficarem calados, caso compareçam. A decisão, porém, não autorizou os convocados a faltarem a sessão. No caso de Wizard, o ministro Luís Roberto Barroso determinou que o Senado poderia determinar como seria o depoimento, se presencial ou eventualmente por meio virtual, conforme solicitou o empresário. Wizard alega estar nos Estados Unidos desde abril.
A comissão já rejeitou anteriormente um pedido para um depoimento virtual. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), ameaçou determinar a condução coercitiva de Wizard.
Já o auditor Alexandre Marques pediu que o servidor tenha o direito de permanecer em silêncio ao ser questionado pelos senadores. O que foi autorizado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.
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