A articulação para poupar a ex-presidente Dilma Rousseff da inabilitação para funções públicas acabou criando um profundo racha na base do governo de Michel Temer no Congresso.
Defendida publicamente pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a medida desagradou parlamentares do PSDB, DEM e demais partidos que militaram fortemente pelo impeachment. Eles acusaram parte do PMDB de ter “traído” todo o trabalho desenvolvido até aqui.
Líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) deixou o plenário dizendo não aceitar punhalada pelas costas e que estaria fora do novo governo. Mais calmo, o presidente nacional da sigla, Aécio Neves (MG), disse estranhar o fato de peemedebistas proeminentes terem “tido uma posição diferente sem qualquer comunicação ao resto da base aliada a Temer, que deu sustentação aqui no Congresso a esse processo”.
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que a dissidência dentro do PMDB, que possibilitou a manutenção do direito de Dilma exercer função pública, criou um “momento de tensão desagradável e expôs uma fratura na base do novo governo”.
O resultado disso, ele disse, é que haverá a necessidade de um “sobre-esforço do presidente Michel Temer para, primeiro, unificar o PMDB e, depois, unificar sua base”.
Agripino interpretou o gesto de Renan, seguido por outros 15 senadores que votaram pela cassação de Dilma mas a discordaram de sua inabilitação para funções públicas, como o de “parlamentares que decidiram fazer pagamentos de dízimos devidos ao governo pretérito, que tinham relações com a gestão Dilma”. Foto: Divulgação
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