As mudanças no segundo escalão do governo, em busca de votos
para brecar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, envolveram a negociação
de cargos que podem movimentar até R$ 38 bilhões em recursos do Orçamento deste
ano, dos quais R$ 6,2 bilhões são investimentos. Chamado de “repactuação” da
base pelo governo e de “balcão de negócios” pela oposição, o processo se
acelerou após rompimento oficial do PMDB com Dilma e às vésperas da votação do
afastamento da petista pelo plenário da Câmara. A estratégia do governo é
fidelizar apoios ou ao menos garantir abstenções na votação no plenário da
Câmara de partidos médios e pequenos como PP, PROS, PDT e PTN, ou até mesmo
dentro do próprio PMDB – sigla do vice-presidente Michel Temer, cujos aliados
trabalham para levá-lo ao Palácio do Planalto também com a promessa de cargos. Mesmo
com o contingenciamento no Orçamento, que proíbe temporariamente o uso de parte
dos recursos de investimento, os órgãos de segundo escalão têm sido cobiçados
pelas siglas. Até o momento, as legendas que mais perderam influência foram o
PMDB e o PTB, do relator do impeachment na Câmara, o deputado Jovair Arantes
(GO). As mudanças no segundo escalão devem ser intensificadas até o dia 15 de
abril, data em que começará a ser votado no plenário da Câmara o pedido de
abertura do impeachment contra Dilma.
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