Visto no Palácio do Planalto como o principal aliado do governo no
Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros, admitiu pela primeira vez
participar de articulação política para encontrar uma saída constitucional que
interrompa o mandato de Dilma Rousseff. Fez isso num jantar com o Aécio Neves e
outros seis senadores do PSDB. O encontro ocorreu na residência do tucano Tasso
Jereissati. Terminou no início da madrugada desta quinta-feira. Pela manhã,
Renan estivera com Lula. À tarde, conversara com Dilma. À noite, foi
recepcionado na casa de Tasso com ironias sobre sua disposição para o diálogo.
E Renan, entrando no clima: “Pois é, estive com o Lula e a Dilma. No final,
estou aqui, onde me sinto mais em casa.” Estava acompanhado de outros dois
caciques do PMDB no Senado: o líder da bancada Eunício Oliveira e Romero Jucá.
Pelo PSDB, além de Aécio e do anfitrião Tasso, participaram do repasto o líder
Cássio Cunha Lima, José Serra, Aloysio Nunes Ferreira, Antonio Anastasia e
Ricardo Ferraço. Os tucanos disseram a Renan que não enxergam saídas para a
crise com a permanência de Dilma na Presidência. Mencionaram uma obviedade: sem
o PMDB, o pedido de impeachment não tem chance de prosperar. E perguntaram
francamente ao presidente do Senado se ele cogita manter o apoio a Dilma.
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