terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Petrobrás reduzirá perfuração de poços em quase 60% no RN em 2016

Durante todo o ano de 2016, a Petrobrás deverá perfurar apenas 154 poços terrestres no Rio Grande do Norte. A informação foi colhida por diretores do SINDIPETRO-RN, junto a gerentes da Construção de Poços Terrestres – CPT, durante reunião realizada na última sexta-feira, 19, em Natal. O número representa uma redução de quase 60%, em relação à quantidade alcançada em 2015, e deverá impactar fortemente a atividade petrolífera em âmbito local. De acordo com o gerente da CPT, Francisco Queiroz, a queda dos preços internacionais do barril de petróleo e o endividamento da Companhia, agravado pela desvalorização do Real frente ao Dólar, são os principais fatores responsáveis pela retração da atividade. Diante da situação, afirma o gerente, aspectos como “expectativa de receita” e “dispêndio em valor presente” passaram a ter importância ainda maior na decisão de perfurar. No momento, segundo Francisco Queiroz, a Petrobrás mantém em atividade apenas cinco sondas próprias de perfuração, em todo o Brasil. A partir de abril, ainda segundo Queiroz, esse número será reduzido para três e, de setembro em diante, a expectativa é de que nenhuma sonda própria seja operada pela Petrobrás. Já, com relação às sondas contratadas, o gerente avalia que “se a realidade atual se mantiver, nenhum contrato deverá ser aditado”. Para a diretoria do SINDIPETRO-RN, o setor de petróleo e gás atravessa um momento difícil, mas o ônus da situação não deve recair sobre os trabalhadores. Nesses momentos de crise, segundo os sindicalistas presentes à reunião, sempre aparecem oportunistas, dentro e fora da empresa, defendendo o corte de custos e o enxugamento ou desativação de projetos, com a adoção de medidas que atingem em cheio os trabalhadores. Essas medidas, assim como as propostas de venda de ativos, têm em vista satisfazer os interesses do mercado, sempre interessado no enfraquecimento da Companhia e no acesso às imensas jazidas descobertas nos últimos anos. Segundo empresas de consultoria do setor, em todo o mundo, mais de 300 mil empregos já foram eliminados por conta da queda do preço do petróleo. Foto: Divulgação

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