A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu seu principal fiador político, ontem, no mesmo dia em que anunciou a reforma administrativa no governo e admitiu que demorou a perceber a gravidade da crise econômica do país. Para tentar se preservar do desgaste e mostrar um certo distanciamento, que pode favorecê-lo no caso de impeachment da petista, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) anunciou que só tratará da “macropolítica”, não do “varejo” —, a presidente Dilma Rousseff admitiu que o Planalto demorou a perceber a gravidade da crise econômica que trava o país. Temer servia como biombo na relação da presidente com a base aliada. O peemedebista, que ajudou a aprovar projetos do ajuste fiscal no Congresso, seguirá como articulador, mas apenas de “grandes temas”, o que pode incluir a reforma administrativa, anunciada ontem como uma forma de o governo “cortar na própria carne”. O acerto de que Temer não fará mais a “política de varejo” ou “de balcão”, como ele próprio definiu, foi tratada ontem na reunião da coordenação política do governo e, posteriormente, em encontro entre ele, Dilma e os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; e da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Dessa forma, o que ocorre é uma mudança no formato da articulação à qual Temer se dedicará.
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