Foto: Divulgação
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
vai depor amanhã na CPI que investiga a estatal no Congresso, mas não poderá
falar sobre o tema que mais interessa aos políticos: a delação premiada que fez
com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, no qual revelou uma lista
de parlamentares que receberiam suborno do esquema comandado pelo doleiro
Alberto Youssef. Se Costa der qualquer informação sobre o que delatou, o acordo
será anulado e os benefícios previstos, anulados. Ele perderia o direito de
eventualmente deixar a prisão, o principal benefício do acordo de delação. Nem
em uma sessão secreta da CPI ele pode falar sobre o que revelou aos
procuradores e delegados da Polícia Federal, ainda de acordo com os advogados
ouvidos. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, autorizou
Costa a ir à CPI, mas a decisão não revoga o sigilo previsto na delação. A Lei
do Crime Organizado, de 2012, que regulamenta o instituto da delação, prevê o
sigilo de todas as informações prestadas pelo réu até a sentença, que é pública
por princípio, mas mesmo assim ela pode ter partes mantidas sob sigilo. O
segredo sobre as informações visa preservar o réu de pressão dos acusados e
impedir que provas sejam destruídas durante esse período de confirmação das
informações prestadas por Costa.
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