Divulgada sem custos para partidos e
políticos que disputam uma eleição, a chamada propaganda eleitoral gratuita
custa milhões de reais aos bolsos dos contribuintes. Só este ano, a estimativa
da Receita Federal é que a União deixe de arrecadar R$ 839.5 milhões em
impostos com as inserções veiculadas entre 19 de agosto e 24 de outubro. A
quantia será descontada do total de tributos pagos pelas empresas de rádio e TV
de sinal aberto, obrigadas a veicular a publicidade obrigatória. Prevista no
Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), a renúncia fiscal é tratada como
gasto tributário. Já o horário eleitoral é descrito como direito à cidadania,
ao lado de fundos como o da Criança e do Adolescente e do Idoso que, juntos,
receberão, em 2014, R$ 380 milhões em isenções, anistias, subsídios e
benefícios tributários e financeiros. Os R$ 839.5 milhões de renúncia fiscal
destinados a custear o horário eleitoral gratuito deste ano representam um
aumento de quase 39% em relação aos R$ 604.2 milhões que deixaram de ser
recolhidos aos cofres públicos em 2010, quando também foram eleitos presidente,
governadores, senadores, deputados federais e estaduais. O cálculo não leva em
conta a inflação do período.
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