Diante da inevitabilidade da CPI da
Petrobras, o Planalto tentou excluir os deputados do lance, restringindo a
encrenca a uma comissão composta só de senadores. Com esse movimento, Dilma
Rousseff ficou no meio de um tiroteio entre a Câmara e o Senado. O governo
recebeu um aviso: excluídos, os deputados iriam buscar a CPI mista na marra. Na
noite passada, Dilma já considerava a hipótese de organizar sua tropa para a
CPI ampliada, com senadores e deputados. A presidente passou a temer mais os
supostos aliados do que os rivais da oposição. Soube que o PMDB briga consigo
mesmo em torno da CPI. A banda do PMDB da Câmara, liderada pelo presidente
Henrique Eduardo Alves e pelo líder Eduardo Cunha, concluiu que uma CPI só do
Senado concentraria poderes demais nas mãos de Renan Calheiros. Renan não terá
um assento na CPI da Petrobras. Mas alguns dos principais membros da comissão
terão lugar cativo na antessala da presidência do Senado. Além de se
autoproteger, Renan ofereceria escudo a Dilma, cacifando-se. “Sabe Deus o que
pedirá em troca”, comentava nesta segunda (6) um peemedebista da Câmara.
“Cansamos de fazer papel de bobos. A Câmara morde, o Senado assopra. Já deu.”
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